sábado, 13 de janeiro de 2018

Segmentação de palavras.

Segmentação de palavras.

Meu aluno escreve tudo junto !!! O que fazer ?
http://elisangela-orientadora.blogspot.com.br/2014/08/meu-aluno-escreve-tudo-junto-o-que-fazer.html

Segundo Ferreiro e Teberosky, é a partir dos 7, 8 anos que a criança passa a criar hipóteses sobre o que são as palavras. O primeiro movimento é validar os substantivos, adjetivos e verbos como “palavras”, ou melhor, como “coisas que podem ser lidas”. As preposições, conjunções e artigos são considerados “outras coisas”, ou seja, elas sabem que elas estão nos textos (embora não saibam nomeá-las nessas classes gramaticais), mas não legitimam sua existência como algo a ser lido, com sentido. E isso tem a ver com as hipóteses de leitura que as crianças vão construindo ao longo do seu processo de apropriação da língua.
Nesse contexto, é comum que crianças recém-alfabéticas, ou mesmo aquelas já alfabéticas há algum tempo, mas que tiveram problemas em seu processo de alfabetização ― muitas vezes por desconhecimento do professor em relação à construção da escrita pelo aluno ― demonstrarem ausência de separabilidade nos textos. Os primeiros espaçamentos em branco estão - num certo sentido - mais relacionados ao conhecimento que os alunos possuem a respeito de textos escritos, tratando-se de, num primeiro momento, um conhecimento mais visual do que conceitual. A ausência de segmentação não tem relação direta com o domínio da escrita alfabética e sim com o fato dos alunos se pautarem na cadeia falada para produzir a escrita.
As primeiras tentativas nesse sentido podem mostrar crianças que escrevem com ausência de segmentação no texto inteiro ou apenas entre algumas palavras e, a isso, chamamos de hipossegmentação (“demanhã”). Há outros casos nos quais os alunos segmentam onde não deveriam. Nesse caso, dizemos que comete hiperssegmentação (“bos que”). É comum também que o aluno apresente os dois casos em um mesmo texto.
Essa é uma longa discussão, com causas que precisam ser investigadas e compreendidas mais a fundo, olhando, por exemplo, para os “grupos de força” das palavras; uma conversa mais complicada, do campo da lingüística. Para quem tiver interesse, indico o livro “A segmentação na escrita infantil”, de Cristiane Capistrano, Ed. Martins Fontes.
Mas, para ajudá-los nessa questão, sugiro intervenções do tipo:
1. Ditado comparativo (com foco na segmentação): nessa atividade, o professor dita um pequeno trecho de um texto conhecido dos alunos (um conto, por exemplo). Depois, solicita que, em duplas, os alunos comparem suas escritas e verifiquem quantas palavras há no texto de cada um. Coletivamente, o professor questiona a turma sobre quantas palavras eles escreveram no trecho ditado. Como, provavelmente, esse número será diferente (visto que cada um segmentou o texto de uma forma), ele problematiza essas escritas na lousa, discutindo e ajudando as crianças a refletirem a esse respeito.
2. Leitura com focalização: aqui, o professor oferece um trecho de um texto para os alunos e solicita que as crianças analisem as palavras grifadas e pensem como as escreveriam se as fizessem autonomamente. Aqui, é importante que o professor selecione e grife aquelas palavras que sabe que sua turma tem dificuldade na hora de segmentar no texto, como por exemplo, de repenteconvidado, amor, ou artigos que precedem substantivos. Na discussão coletiva, é importante que o professor ajude os alunos a pensarem sobre o significado das palavras quando escrevem COM VIDADO, por exemplo.
3. Jogo dos 7 erros: aqui, o professor entrega um pequeno texto com sete erros de segmentação. O aluno deve transcrever o texto corrigindo tais equívocos.
4. Revisão coletiva de textos: essa é sempre uma situação privilegiada para ajudar aos alunos a refletirem não só sobre a linguagem que se usa para escrever, como também sobre as convenções de nossa língua, dentre elas, a segmentação.
5Recorte e colagem de frases para trabalhar em dupla. Um dita e o outro realiza a colagem da frase.
6. Observar a reprodução de uma obra de arte, elaborar uma frase em dupla e um vai até a lousa escrever.
7. Quebra-cabeça de frases
8-Varal de frase - Escrever palavras separadas, colocá-las num pedaço de barbante e solicitar que o aluno coloque a frase de forma que sua escrita tenha coerência.
9- Trilha de frase – Distribuir para cada aluno uma palavra e solicitar que montem a trilha de forma que a frase tenha coerência.
10- Dado de palavras – Fazer um dado com 6 faces, e em cada uma delas escrever uma palavra, solicitar que o aluno jogue o dado e escreva uma frase com as palavras que saíram no dado.
11-Seleção cuidadosa Selecionar um material que a classe conheça de memória. Para os pequenos, pode ser uma parlenda ou uma adivinha. Reproduza-o sem deixar espaços entre as palavras e faça cópias.

12-Separação de palavras Organize a classe em duplas, distribua a cópia do texto e proponha que discutam como devem ser separadas as palavras, marquem as separações e contem as palavras encontradas.

13-Hora da discussão Peça que cada dupla diga quantas palavras encontrou e justifique a resposta. Coloque os resultados em discussão e ajude o grupo todo a entender a origem das dúvidas.

14-Consulta ao texto fonte Retome o material original e instrua os alunos a observar como é a segmentação convencional. 
15-Escrita de bilhetes Oriente a produção individual, selecione alguns textos para discutir como foram separadas as palavras, considerando as dificuldades apresentadas pela maioria da classe.

 Vale lembrar que as atividades devem ser elaboradas ajustando-as a realidade da classe, sendo necessário não só a elaboração, como também seja feito a intervenção do professor no desenvolvimento das mesmas, a fim de que os alunos possam avançar no estágio que se encontra.

A utilização do computador também pode ser um elemento que estimule os alunos na escrita de textos, podendo por exemplo: ditar para o aluno escrever seu texto, é importante que o professor esteja junto da criança para que possa fazer as problematizações.


“As reflexões que as crianças fazem durante o processo de aquisição da escrita são essenciais para que possam compreender as convenções escritas da língua que falam e na qual estão aprendendo a escrever.”

A importância da escrita espontânea.
http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2011/05/ARTIGO-201.pdf
Abaurre (1991, p. 205), afirma serem espontâneos, os textos “produzidos pelas crianças em fase inicial de aquisição da escrita nas situações em que é delas a responsabilidade da decisão sobre o que vão escrever (sem determinação prévia do professor, como nas atividades escolares mais controladas)”. As produções textuais espontâneas são espaços de observação dos critérios de segmentação com os quais as crianças operam e contêm dados naturalísticos representativos da enorme variabilidade característica da escrita inicial. Ainda na opinião da autora, tais textos são "unidades de análise privilegiadas, que permitem ao pesquisador observar alguns indícios preciosos dos processos que subjazem à aquisição da representação escrita da linguagem" (ABAURRE, 1991, p. 206). Consideramos cada texto espontâneo produzido por uma criança como uma fonte riquíssima de vestígios sobre a relação sujeito/linguagem. Este texto apresenta comportamentos lingüísticos episódicos e singulares, hesitações, evidências de elaboração e reelaboração, marcas inequívocas da presença de um sujeito envolvido com a linguagem.

“O natal é muito bom porque é animado Eu voviaja para casa do netio poce é animado na casa do meu titio. “(João, 12)

Por trás das hipóteses infantis, em alguns momentos, então presentes características da fala que a criança já domina bem e em outros momentos, estão presentes as marcas próprias da escrita que a criança começa a contemplar.

Com os textos espontâneos podemos fazer  uma primeira correção coletiva escolhendo aleatoriamente um e depois por duplas, afim de que todos possam evoluir no processo.

Em uma aula em que o foco é a segmentação, o aluno poderá aprender

·        Usar espaço para separar palavras, sem aglutiná-las ou separá-las de forma indevida. Sentido e posicionamento da escrita na página.
·        Utilizar espaços ou traços para separar títulos, conjuntos de exercícios, tópicos, etc.
·        Compreender a orientação e o alinhamento da escrita da língua portuguesa.
·        Compreender a função de segmentação dos espaços em branco e da pontuação de final de frase
·        Compreender a orientação e o alinhamento da escrita da língua portuguesa

Atividades propostas:















As atividades foram tiradas da internet, já tempos guardadas no meu PC, não sei p quem dar os créditos.(peço desculpas).

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