Segmentação de
palavras.
Meu aluno escreve
tudo junto !!! O que fazer ?
http://elisangela-orientadora.blogspot.com.br/2014/08/meu-aluno-escreve-tudo-junto-o-que-fazer.html
Segundo Ferreiro e Teberosky, é a
partir dos 7, 8 anos que a criança passa a criar hipóteses sobre o que são as
palavras. O primeiro movimento é validar os substantivos, adjetivos e verbos
como “palavras”, ou melhor, como “coisas que podem ser lidas”. As preposições,
conjunções e artigos são considerados “outras coisas”, ou seja, elas sabem que
elas estão nos textos (embora não saibam nomeá-las nessas classes gramaticais),
mas não legitimam sua existência como algo a ser lido, com sentido. E isso tem
a ver com as hipóteses de leitura que as crianças vão construindo ao longo do
seu processo de apropriação da língua.
Nesse contexto, é comum que crianças
recém-alfabéticas, ou mesmo aquelas já alfabéticas há algum tempo, mas que
tiveram problemas em seu processo de alfabetização ― muitas vezes por
desconhecimento do professor em relação à construção da escrita pelo aluno ―
demonstrarem ausência de separabilidade nos textos. Os primeiros espaçamentos
em branco estão - num certo sentido - mais relacionados ao conhecimento que os
alunos possuem a respeito de textos escritos, tratando-se de, num primeiro
momento, um conhecimento mais visual do que conceitual. A ausência de
segmentação não tem relação direta com o domínio da escrita alfabética e sim
com o fato dos alunos se pautarem na cadeia falada para produzir a escrita.
As primeiras tentativas nesse sentido
podem mostrar crianças que escrevem com ausência de segmentação no texto
inteiro ou apenas entre algumas palavras e, a isso, chamamos de hipossegmentação (“demanhã”).
Há outros casos nos quais os alunos segmentam onde não deveriam. Nesse caso,
dizemos que comete hiperssegmentação (“bos que”). É comum
também que o aluno apresente os dois casos em um mesmo texto.
Essa é uma longa discussão, com
causas que precisam ser investigadas e compreendidas mais a fundo, olhando, por
exemplo, para os “grupos de força” das palavras; uma conversa mais complicada,
do campo da lingüística. Para quem tiver interesse, indico o livro “A
segmentação na escrita infantil”, de Cristiane Capistrano, Ed. Martins Fontes.
Mas, para ajudá-los nessa questão,
sugiro intervenções do tipo:
1. Ditado
comparativo (com foco na segmentação): nessa atividade, o professor
dita um pequeno trecho de um texto conhecido dos alunos (um conto, por
exemplo). Depois, solicita que, em duplas, os alunos comparem suas escritas e
verifiquem quantas palavras há no texto de cada um. Coletivamente, o professor
questiona a turma sobre quantas palavras eles escreveram no trecho ditado.
Como, provavelmente, esse número será diferente (visto que cada um segmentou o
texto de uma forma), ele problematiza essas escritas na lousa, discutindo e
ajudando as crianças a refletirem a esse respeito.
2. Leitura
com focalização: aqui, o professor oferece um trecho de um texto para os alunos
e solicita que as crianças analisem as palavras grifadas e pensem como as
escreveriam se as fizessem autonomamente. Aqui, é importante que o professor
selecione e grife aquelas palavras que sabe que sua turma tem dificuldade na
hora de segmentar no texto, como por exemplo, de repente, convidado,
amor, ou artigos que precedem substantivos. Na discussão coletiva, é
importante que o professor ajude os alunos a pensarem sobre o significado das
palavras quando escrevem COM VIDADO, por
exemplo.
3. Jogo dos 7
erros: aqui, o professor entrega um pequeno texto com sete erros de
segmentação. O aluno deve transcrever o texto corrigindo tais equívocos.
4. Revisão
coletiva de textos: essa é sempre uma situação privilegiada para ajudar aos
alunos a refletirem não só sobre a linguagem que se usa para escrever, como
também sobre as convenções de nossa língua, dentre elas, a segmentação.
5. Recorte e
colagem de frases para trabalhar em dupla. Um dita e o outro realiza a
colagem da frase.
6. Observar a
reprodução de uma obra de arte, elaborar uma frase em dupla e um vai até a
lousa escrever.
7. Quebra-cabeça
de frases
8-Varal de frase
- Escrever palavras separadas, colocá-las num pedaço de barbante e
solicitar que o aluno coloque a frase de forma que sua escrita tenha coerência.
9- Trilha de frase – Distribuir
para cada aluno uma palavra e solicitar que montem a trilha de forma que a
frase tenha coerência.
10- Dado de
palavras – Fazer um dado com 6 faces, e em cada uma delas escrever uma
palavra, solicitar que o aluno jogue o dado e escreva uma frase com as palavras
que saíram no dado.
11-Seleção cuidadosa Selecionar um material que a classe conheça
de memória. Para os pequenos, pode ser uma parlenda ou uma adivinha.
Reproduza-o sem deixar espaços entre as palavras e faça cópias.
12-Separação de palavras Organize a classe em duplas, distribua a cópia do texto e proponha que discutam como devem ser separadas as palavras, marquem as separações e contem as palavras encontradas.
13-Hora da discussão Peça que cada dupla diga quantas palavras encontrou e justifique a resposta. Coloque os resultados em discussão e ajude o grupo todo a entender a origem das dúvidas.
14-Consulta ao texto fonte Retome o material original e instrua os alunos a observar como é a segmentação convencional.
12-Separação de palavras Organize a classe em duplas, distribua a cópia do texto e proponha que discutam como devem ser separadas as palavras, marquem as separações e contem as palavras encontradas.
13-Hora da discussão Peça que cada dupla diga quantas palavras encontrou e justifique a resposta. Coloque os resultados em discussão e ajude o grupo todo a entender a origem das dúvidas.
14-Consulta ao texto fonte Retome o material original e instrua os alunos a observar como é a segmentação convencional.
15-Escrita de bilhetes Oriente a produção individual,
selecione alguns textos para discutir como foram separadas as palavras,
considerando as dificuldades apresentadas pela maioria da classe.
Vale lembrar que as atividades
devem ser elaboradas ajustando-as a realidade da classe, sendo necessário não
só a elaboração, como também seja feito a intervenção do professor no
desenvolvimento das mesmas, a fim de que os alunos possam avançar no estágio
que se encontra.
A utilização do computador também
pode ser um elemento que estimule os alunos na escrita de textos, podendo por
exemplo: ditar para o aluno escrever seu texto, é importante que o professor
esteja junto da criança para que possa fazer as problematizações.
“As
reflexões que as crianças fazem durante o processo de aquisição da escrita são
essenciais para que possam compreender as convenções escritas da língua que
falam e na qual estão aprendendo a escrever.”
A importância da escrita espontânea.
http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2011/05/ARTIGO-201.pdf
Abaurre (1991, p. 205), afirma serem espontâneos, os
textos “produzidos pelas crianças em fase inicial de aquisição da escrita nas
situações em que é delas a responsabilidade da decisão sobre o que vão escrever
(sem determinação prévia do professor, como nas atividades escolares mais
controladas)”. As produções textuais espontâneas são espaços de observação dos
critérios de segmentação com os quais as crianças operam e contêm dados
naturalísticos representativos da enorme variabilidade característica da escrita
inicial. Ainda na opinião da autora, tais textos são "unidades de análise
privilegiadas, que permitem ao pesquisador observar alguns indícios preciosos
dos processos que subjazem à aquisição da representação escrita da
linguagem" (ABAURRE, 1991, p. 206). Consideramos cada texto espontâneo
produzido por uma criança como uma fonte riquíssima de vestígios sobre a
relação sujeito/linguagem. Este texto apresenta comportamentos lingüísticos
episódicos e singulares, hesitações, evidências de elaboração e reelaboração,
marcas inequívocas da presença de um sujeito envolvido com a linguagem.
“O
natal é muito bom porque é animado Eu voviaja para casa do netio poce é animado
na casa do meu titio. “(João, 12)
Por trás das hipóteses infantis, em alguns momentos,
então presentes características da fala que a criança já domina bem e em outros
momentos, estão presentes as marcas próprias da escrita que a criança começa a
contemplar.
Com os textos espontâneos podemos fazer uma primeira correção coletiva escolhendo
aleatoriamente um e depois por duplas, afim de que todos possam evoluir no
processo.
Em uma aula em que o foco é a segmentação,
o aluno poderá aprender
·
Usar espaço para separar palavras, sem
aglutiná-las ou separá-las de forma indevida. Sentido e posicionamento da
escrita na página.
·
Utilizar espaços ou traços para separar
títulos, conjuntos de exercícios, tópicos, etc.
·
Compreender a orientação e o alinhamento da
escrita da língua portuguesa.
·
Compreender a função de segmentação dos
espaços em branco e da pontuação de final de frase
·
Compreender a orientação e o alinhamento da
escrita da língua portuguesa
Atividades propostas:
As atividades foram tiradas da internet, já tempos guardadas no meu PC, não sei p quem dar os créditos.(peço desculpas).